O que pode significar a cor/cheiro da urina

A Urina é um subproduto liquido do corpo, tipicamente estéril (na ausência de doenças), segregada pelos rins, depositada na bexiga e excretado pela uretra.

As alterações comuns da urina estão relacionadas com os diferentes componentes da urina, como cor, cheiro e presença de substâncias, como proteínas, glicose, hemoglobina ou leucócitos, por exemplo.

Geralmente as alterações da urina são identificadas no resultado do exame de urina pedido pelo médico, mas também podem ser notadas em casa, especialmente quando causam alterações na cor e cheiro ou causam o surgimento de sintomas como dor ao urinar e vontade excessiva de urinar.

Em qualquer caso, sempre que surgem alterações na urina é recomendado que se aumente a ingestão de água durante o dia ou se consulte um urologista caso os sintomas se mantenham por mais de 24 horas.

 

 

Cor da urina

A cor da urina pode ser alterada devido à ingestão de certos alimentos ou medicamentos e, por isso, na maioria dos casos não é um sinal de alerta.

No entanto, a alteração da cor também pode indicar alguns problema de saúde, como infeção do trato urinário, pedra nos rins ou inflamação do fígado, que podem ser acompanhados de outros sintomas como urina com cheiro forte, ardor ao urinar ou dor abdominal, por exemplo.

Caso a cor da urina permaneça alterada por mais de 3 dias, é recomendado consultar o clínico geral, urologista ou ginecologista para que seja feita uma avaliação dos possível sinais e sintomas apresentados pela pessoa, além de ser recomendada a realização do exame de urina para identificar a causa da alteração da cor.

 

 

1. Urina amarelo escuro

A urina amarelo escuro é uma das alterações mais comuns e, normalmente, é sinal de desidratação, devido à baixa ingestão de água. No entanto, quando a urina escura se mantém por muito tempo, pode ser sinal de problemas hepáticos que provocam o acúmulo de bilirrubina, deixando a urina com uma coloração quase castanha.

O que fazer: nestes casos é recomendado aumentar a ingestão diária de água e caso se mantenha por mais de 3 dias, é importante consultar um clínico geral.

2. Urina laranja

A urina laranja pode surgir devido à ingestão exagerada de alimentos ricos em betacaroteno, como cenoura, mamão ou abóbora, ou de alguns medicamentos. Além disso, a cor laranja também pode acontecer no caso de doenças no fígado e dos ductos biliares, principalmente quando acompanhada por fezes brancas ou claras. A desidratação também pode fazer com que a urina tenha cor laranja.

O que fazer: deve-se evitar ingerir alimentos ricos em betacaroteno em excesso. No entanto, caso a alteração se mantenha ou se esteja a fazer algum tratamento é aconselhado consultar o clínico geral para iniciar o tratamento adequado.

3. Urina vermelha ou rosa

A coloração vermelha ou rosa normalmente é provocada pela presença de sangue na urina e, por isso, pode ser sinal de infeção urinária, pedra nos rins ou problemas renais, crescimento da próstata, tumores, cisto nos rins ou em pessoas que fazem caminhadas ou corridas longas, podendo também ser acompanhada de outros sintomas como dor ao urinar ou febre.

Porém, a cor vermelha também pode ser causada pelo consumo de alimentos avermelhados como beterraba ou produtos com corante vermelho. Alguns medicamentos também podem deixar a urina vermelha ou rosa.

O que fazer: caso se tenha ingerido alimentos avermelhados deve-se evitar comer esses alimentos para avaliar se a urina regressa ao normal. Nos outros casos é recomendado consultar um clínico geral para diagnosticar o problema e iniciar o tratamento adequado. No caso de ser causada pelo uso de medicamentos, o aconselhado é comunicar ao médico que prescreveu a medicação para que seja avaliada a possibilidade de alterar o medicamento.

4. Urina roxa

A urina roxa é uma alteração que surge apenas em alguns pacientes com sonda vesical devido à transformação de alguns pigmentos pelas bactérias que se encontram no tubo da sonda.

Há também uma condição rara denominada Síndrome da bolsa roxa de urina, que é mais comum que se manifeste em mulheres idosas que possuem cateter de bexiga permanente ou de longa duração, por exemplo.

O que fazer: nestes casos é recomendado consultar o clínico geral ou um urologista porque pode ser necessário iniciar o tratamento com antibióticos.

5. Urina azul

A urina azul geralmente é causada pelos corantes azuis ou pelo uso de contraste azul de metileno muito utilizado em exames de tomografia computadorizada, cirurgias ao fígado, como CPRE ou remédios, por exemplo. Além disso, pode ser causada por alguns outros remédios, como aqueles que são comercializados com o nome de Viagra.

O que fazer: é uma alteração normal da urina que, geralmente, desaparece cerca até 24 horas após o uso do contraste.

6. Urina verde

A urina verde não é uma situação grave, sendo principalmente causada pela ingestão de alimentos, corantes artificiais, medicamentos ou pelo uso de contraste em alguns exames de diagnóstico.

Algumas infeções, como as provocadas por Pseudomonas, e a presença de fístula vesical no intestino, em que há a liberação de bile, também podem deixar a urina verde.

O que fazer: eliminar da alimentação alimentos muito verdes ou produtos que possam conter corantes alimentares. Porém, caso o problema se mantenha por mais de 2 dias é aconselhado ir ao clínico geral para identificar o problema e iniciar o tratamento adequado.

7. Urina castanha

A urina acastanhada ou muito escura, geralmente é sinal de desidratação severa, no entanto, também pode indicar problemas no fígado, como hepatite ou cirrose, por exemplo. Além disso, alguns medicamentos podem escurecer a urina.

Da mesma forma, o excesso de alguns alimentos também podem deixar a urina escura.

O que fazer: nestes casos é recomendado aumentar a ingestão de água e caso a alteração se mantenha, consultar um urologista ou clínico geral para identificar a causa do problema e iniciar o tratamento adequado.

No caso de ser causada por alimentos ou medicamentos, é aconselhado consultar o médico para que seja trocado o tratamento ou o nutricionista para que seja feita mudança na dieta.

8. Urina esbranquiçada

A urina esbranquiçada, também conhecida como albuminuria, pode ser provocada pela presença de infeção urinária severa, normalmente acompanhada de ardor ao urinar e febre. Além disso, a urina esbranquiçada também pode ser causada por uma fístula linfática que surge especialmente em casos de neoplasia ou traumatismo abdominal.

O que fazer: é aconselhado consultar um clínico geral para fazer uma exame de urina e identificar o problema para iniciar o tratamento adequado.

 

 

Cheiro da urina

A urina com cheiro forte na maioria das vezes é sinal de que se está bebendo pouca água ao longo do dia, sendo também possível notar nesses casos que a urina está mais escura, sendo apenas recomendado aumentar o consumo de líquidos durante o dia.

No entanto, quando o cheiro forte da urina é frequente ou é acompanhado por outros sinais e sintomas, como dor ou ardor para urinar, sede excessiva e inchaços, por exemplo, é importante consultar o médico para que seja possível identificar a possível causa dessa alteração.

1. Beber pouca água

Quando se bebe pouca água durante o dia, as substâncias que são eliminadas na urina ficam mais concentradas, o que resulta no cheiro forte da urina. Além disso, é comum também que nesses casos a urina fique mais escura.

O que fazer: nesse caso, é importante aumentar o consumo de água ao longo do dia, sendo recomendado ingerir pelo menos 2 litros de água por dia. Além disso, é interessante também consumir alguns alimentos ricos em água, como a melancia e o pepino, por exemplo, pois assim é possível manter o corpo hidratado e diminuir o cheiro forte da urina.

2. Infeção urinária

A infeção urinária é uma da principais causas de urina com cheiro forte e isso acontece devido à presença de grandes quantidades de microrganismos presentes no sistema urinário. Além do cheiro forte, é comum também que surjam outros sinais e sintomas como dor ou ardor ao urinar, urina escura e vontade frequente para urinar, por exemplo.

O que fazer: o tratamento deve ser recomendado pelo ginecologista ou urologista é geralmente feito com antibióticos, sendo também recomendado beber bastante água ou sumos de fruta, durante todo o tempo de recuperação. 

3. Insuficiência renal

Pouca quantidade de urina e com cheiro forte pode ser sinal de mau funcionamento dos rins, resultando na maior concentração de substâncias na urina. Além disso, no caso de insuficiência renal, outros sintomas que podem surgir , como os tremores nas mãos, cansaço, sonolência e inchaço no corpo, especialmente nos olhos, pernas e pés, devido à retenção de líquidos.

O que fazer: o tratamento deve ser recomendado pelo nefrologista e pode ser feito através do uso de medicamentos para diminuir a pressão arterial e inchaço do corpo. Além disso, o tratamento deve ser complementado com uma dieta pobre em proteínas, sal e potássio, para evitar o sobrecarregamento dos rins, sendo também recomendado beber bastante água.

4. Diabetes não controlada

A diabetes não controlada é também uma causa frequente de urina com cheiro forte, o que pode acontecer devido ao excesso de açúcar circulante no organismo ou ser devido a alterações renais. Além disso, outros sintomas de diabetes descompensada são aumento da sede, vontade frequente para urinar, cansaço, feridas que cicatrizam lentamente ou formigamento nos pés e mãos.

O que fazer: o tratamento da diabetes envolve o uso de remédios que dependem do tipo de diabetes diagnosticado, sendo também necessário realizar ajustes alimentares que ajudam no controle da doença, além de prática de atividade física de forma regular.

5. Fenilcetonúria 

Urina com cheiro forte e a mofo pode ser sintoma de fenilcetonúria, uma doença rara e congénita que não tem cura e que é caracterizada pelo acúmulo de fenilalanina no organismo. Outros sintomas causados por esta doença incluem dificuldade no desenvolvimento, cheiro a mofo na pele, eczema na pele ou deficiência mental.

O que fazer: o tratamento envolve a realização de uma dieta rigorosa baixa em fenilalanina, um aminoácido natural que pode ser encontrado na carne, ovos, oleaginosas, alimentos industrializados, leite e derivados.

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