A pressão arterial, também conhecida como tensão arterial, é a força que o sangue exerce na parede das artérias.
O coração bombeia o sangue para a circulação periférica e a pressão arterial é imprescindível para manter o seu movimento e, assim, distribuir o oxigénio e nutrientes por todo o organismo.
A pressão arterial é caracterizada por dois valores:
- A pressão arterial máxima ou sistólica, que é o valor durante a contração do coração (sístole);
- A pressão arterial mínima ou diastólica, que é o valor durante o relaxamento do coração (diástole)
A unidade de medida da pressão arterial é milímetros de mercúrio ou mmHg.
Quais são os valores ideais para a pressão arterial?
Num adulto saudável, idealmente:
- A pressão arterial máxima deve ser inferior a 120 mmHg;
- A pressão arterial mínima deve idealmente deve ser inferior a 80 mmHg.
Frequentemente, os dois valores da pressão arterial são apresentados separados por uma barra com o valor da máxima em primeiro lugar, por exemplo 120/80 mmHg ou, abreviadamente, como 12/8.

O que é a hipertensão arterial ou tensão alta?
Uma pressão arterial elevada ou hipertensão arterial, também conhecida como tensão alta, pode provocar lesões nos vasos sanguíneos e causar doenças cardiovasculares.
A hipertensão arterial:
- É o principal fator de risco cardiovascular;
- Pode ser a causa de acidente vascular cerebral (AVC), enfarte agudo do miocárdio, insuficiência cardíaca, fibrilhação auricular e insuficiência renal;
- Está também relacionada com demência e disfunção sexual.
Causas da hipertensão arterial
Em 95% dos casos, a hipertensão arterial não tem uma causa evidente, destaca o especialista do Hospital Lusíadas Porto.

No entanto, certas situações podem contribuir para um aumento da pressão arterial:
- Envelhecimento;
- Obesidade;
- Diabetes;
- Ingestão elevada de sal;
- Stress emocional.
A hipertensão arterial é uma doença séria com complicações graves (por vezes mortais). Existem medicamentos para a tratar de forma a trazer os valores da tensão para níveis abaixo de 14/9, mas não muito baixos (se o doente já tiver doença cardíaca, diabetes, insuficiência renal ou colesterol elevado, não parece desejável menos que 12/8).
As consequências mais frequentes da HTA são:
- Ataque cardíaco
- Insuficiência renal
- Insuficiência cardíaca
- Angina de peito
- Lesões da retina
- AVC: Acidente Vascular Cerebral


Como prevenir ou controlar a hipertensão arterial
Adotar medidas que promovam um estilo de vida saudável ajuda a manter uma pressão arterial controlada. As principais medidas que deve tomar para evitar a hipertensão e que demonstraram reduzir a pressão arterial são:
Restrinja o sal – Reduza a quantidade de sal adicionada aos alimentos, que não deve ultrapassar 5 g de sal por dia.
Modere o consumo de álcool – Evite beber álcool todos os dias; Se beber, prefira vinho tinto e não ultrapasse 250 mL (1 copo) por dia no caso dos homens e 125 mL (1/2 copo) no caso das mulheres.
Prefira a dieta mediterrânica – Inclua vegetais, fruta, frutos secos, peixe, carne e cereais na sua dieta; Tempere e cozinhe com gorduras saudáveis, por exemplo azeite; Prefira alimentos grelhados, assados e cozidos a baixa temperatura; Elimine bolos, bolachas, sobremesas e todo o tipo de refeições embaladas e prontas a comer; Reduza ou elimine a batata, massa e arroz.
Controle o seu peso – Mantenha o seu peso ideal; O índice de massa corporal deve situar-se entre 20-25 kg/m2; O perímetro abdominal deve ser < 94 cm nos homens e < 80 cm nas mulheres.
Mantenha uma atividade física regular – Faça pelo menos 30 minutos de exercício de intensidade moderada, do tipo aeróbico, por exemplo caminhar, correr, andar de bicicleta, nadar, entre outros, 5 a 7 dias por semana; Se for possível, combine com treino de resistência, ou seja, pequenos períodos de exercício mais intenso, por exemplo uma pequena corrida mais rápida, saltar, exercícios de força, entre outros, 2 a 3 dias por semana.
Abstenha-se de fumar – Se fuma, deve suspender de imediato.
Causas da Tensão Arterial Baixa ou hipotensão
Diminuição do volume sanguíneo – Pode ocorrer como resultado de uma hemorragia abundante ou desidratação;
Medicação – Alguns tipos de medicamentos podem baixar a PA, incluindo os diuréticos e outros anti-hipertensores, alguns antidepressivos, medicamentos usados no tratamento da doença de Parkinson, entre outros;
Patologias graves – Tais como o choque séptico (infecção grave) ou anafilático (reação alérgica) provocam um declínio importante da PA, que pode colocar a vida em risco;
Problemas cardíacos – Algumas condições como a insuficiência cardíaca, o enfarte agudo do miocárdio, a bradicardia (frequência cardíaca baixa) e doenças das válvulas cardíacas, podem conduzir a uma diminuição da PA.
Problemas endocrinológicos – Alguns problemas hormonais como o hipotiroidismo e a insuficiência supra-renal podem causar diminuição da PA. Hipotensão neurologicamente mediada. Esta condição relaciona-se com um problema de comunicação entre o coração e o cérebro, e ocorre após um longo período em pé.
Problemas neurológicos – A Pressão Arterial pode diminuir se houver algum problema com o sistema neurológico autonómico (parte do sistema nervoso que controla funções como a respiração, circulação do sangue e digestão).
Repouso prolongado no leito – Situações de repouso prolongado na cama podem levar a episódios de hipotensão.
Medição da tensão arterial
A tensão arterial deve ser medida anualmente, como parte do exame clínico de rotina recomendado a adultos. Diabéticos e pessoas com patologias renais, cardíacas ou neurológicas têm de ser controlados com maior regularidade. Mesmo assim, siga sempre as indicações do seu médico. Na medição muito frequente da pressão arterial, várias vezes por dia, em nada melhora e é muitas vezes a causa de ansiedade e preocupação do doente. Para que a medição seja o mais correta possível, lembre-se:
- Faça-a de forma relaxada e em repouso;
- Não fume antes da medição;
- Não tome café antes da medição;
- Não esteja com a bexiga cheia.
A medição da Pressão Arterial (PA) em casa é um complemento importante à medição da PA no consultório médico, sendo útil na avaliação e controlo da Hipertensão Arterial (HTA). A medição em ambiente de consulta, pelo médico, mostra como está a PA naquele momento, embora esta sofra várias oscilações ao longo do dia, sendo influenciada por diversos fatores, tal como foi visto anteriormente.
A auto-medição da PA em ambulatório, ao fornecer um maior número de medições da PA, em condições ideais, fora do contexto de consulta, permite ter uma perceção mais fidedigna do perfil tensional do doente.
Como escolher o aparelho para medir a Pressão Arterial?
Existe uma grande variedade de aparelhos no mercado, embora nem todos sejam recomendados. É importante o aconselhamento com um profissional de saúde (médico ou enfermeiro) na seleção do dispositivo mais apropriado.
Na escolha do aparelho para medição da PA ou tensiómetro, deve ter-se em consideração as seguintes características:
- Devem ser aparelhos automáticos de medição da PA no braço. Os dispositivos que pressupõem a medição no punho ou nos dedos, ainda que colocados junto ao coração, fornecem valores tensionais pouco credíveis;
- Escolher um aparelho validado. As especificações relativas à validação deverão constar das informações fornecidas pelo fabricante.
- Devem ser utilizadas braçadeiras de dimensões adequadas (pequenas, standard ou largas) de acordo com o diâmetro do braço;
Idealmente os tensiómetros devem possuir uma memória suficiente para um número relevante de medições. Temos uma variedade de modelos no nosso site: clique aqui
Como se classifica?
Considera-se que uma pessoa é hipertensa, quando apresenta, em pelo menos duas ocasiões diferentes, um dos valores de PA (sistólica ou diastólica) ou ambos, iguais ou superiores a 140/90mmHg, determinados por um profissional treinado e utilizando um aparelho calibrado e validado.
Diz-se que uma pessoa tem valores de PA normais, quando apresenta ambos os valores abaixo de 130/85mmHg. Para valores entre 130-139mmHg de PA sistólica e/ou 85-89mmHg de PA diastólica, diz-se que os valores são normais-altos e, portanto, essa pessoa apresenta um maior risco de vir a ter HTA.
A HTA define-se por graus, de acordo com os valores de PA encontrados, sendo que os graus são importantes para definir a gravidade da doença e orientar a sua abordagem.
Como se diagnostica?
Como por norma a HTA não causa sintomas, o seu diagnóstico é feito através da medição dos valores de PA e pela verificação de que os mesmos estão acima do limite normal. Um valor de PA aumentado isolado não significa que a pessoa seja hipertensa.
Para o diagnóstico de HTA são necessários:
– pelo menos duas medições de PA aumentadas, em duas ocasiões diferentes;
– um profissional treinado para a medição;
– um esfigmomanómetro calibrado e validado e uma braçadeira adequada ao tamanho do braço.
Compete ao médico fazer o diagnóstico da doença, uma vez que a PA do adulto pode variar, devido a fatores como o esforço físico ou stress, sem que tal signifique que o indivíduo sofra de HTA.