Infeção Urinária

A infeção urinária é a infeção que afeta os órgãos do trato urinário. Pode ser dividida em infeções da uretra (uretrite), da bexiga (cistite) ou do rim (pielonefrite). No homem podemos, ainda, englobar as infeções associadas à próstata (prostatite) ou aos testículos (orquite e orquiepididimite).

A maioria das infeções do trato urinário responde a tratamento simples com antibióticos, hidratação e analgésicos/anti-inflamatórios e podem ser tratadas em casa. Nalguns casos graves, por exemplo, quando a infeção já está disseminada, é necessário o internamento hospitalar (e eventualmente intervenção cirúrgica) para tratamento e vigilância. Veja mais informação em tratamento das infeções urinárias.

Algumas doenças do trato urinário podem ser semelhantes a infeções urinárias por causarem queixas parecidas, todavia, nesses casos, geralmente não se encontra nenhum microrganismo responsável.

Tipos de Infeção urinária

A infeção urinária mais comum é a infeção na bexiga (cistite), sendo também a que mais facilmente é tratada. Normalmente o organismo infecioso ascende do exterior pela uretra e infeta a bexiga. Em algumas situações a infeção pode propagar-se até ao rim originando a infeção renal (pielonefrite). A infeção localizada nos rins geralmente necessita de tratamento mais prolongado e maior vigilância dado o seu potencial para se disseminar pelo organismo (sépsis).

As infeções localizadas apenas na uretra (uretrite) são provocadas geralmente por agentes transmitidos por via sexual e são mais típicas do sexo masculino (a mulher possui a uretra muito curta e a infeção transmite-se diretamente à bexiga). Geralmente a infeção da uretra caracteriza-se pelo aparecimento de um corrimento (“escorrência”) uretral, límpido ou esbranquiçado (“leitoso”) consoante o tipo de infeção.

Algumas pessoas são afetadas por várias infeções urinárias ao longo da vida: a presença de 2 infeções urinárias em 6 meses ou 3 infeções urinárias num ano é considerada infeção urinária de repetição e deverá ser investigada com maior profundidade.

Nalguns casos, o tratamento inicial pode não ser eficaz: o microrganismo pode ser resistente ou o tratamento não ter a duração ideal. Nestas situações é frequente as pessoas melhorarem inicialmente mas reaparecer em pouco tempo.

Causas da infeção urinária

A maioria das infeções urinárias é provocada por bactérias. Em alguns casos, podemos encontrar também infeções por fungos, geralmente em doentes diabéticos ou quando o sistema imunológico (sistema de defesa) está deficitário. As infeções do trato urinário por vírus ou parasitas são raras.

Entre 70 a 80% das infeções urinárias são provocadas por Escherichia coli. Outras bactérias comuns são o Enterococcus, o Proteus e a Klebsiella. Em 10 a 15% dos doentes com sintomas não conseguimos identificar o agente envolvido.

Infeção urinária na mulher

As mulheres apresentam um maior risco de desenvolverem infeções urinárias pelo facto de possuírem uma uretra mais curta e próxima da vagina e do ânus. Geralmente, a infeção urinária feminina (na mulher) ocorre por contaminação de microrganismos da região vaginal ou perianal e associa-se com frequência a condições que alterem o pH da vagina como, por exemplo, a menstruação, utilização de produtos de limpeza vaginais, infeções fúngicas vaginais (candidíase) ou mesmo o envelhecimento (diminui a eficácia dos mecanismos protetores contra as infeções urinárias).

A atividade sexual também constitui um mecanismo frequente para o desenvolvimento de infeções urinárias de repetição: a relação sexual potencia a introdução de bactérias para o interior da vagina (introito vaginal) e a subida destas bactérias pela uretra até a bexiga.

Algumas infeções urinárias, quando não tratadas devidamente, podem transmitir-se aos órgãos ginecológicos (útero, tubas uterinas e ovários) e dificultar posteriormente a capacidade de engravidar.

A infeção urinária na gravidez é relativamente comum e deve ser objeto de tratamento, mesmo que as mulheres não tenham sintomas (denominadas bacteriúrias assintomáticas). As infeções urinárias constituem riscos consideráveis para a saúde da gestante (mãe) e do feto, como tal devem ser avaliadas cuidadosamente.

Infeção urinária no homem

A infeção urinária masculina (no homem) é mais rara e surge, normalmente, quando este não consegue esvaziar totalmente a bexiga (resíduo pós miccional). Esta situação pode acontecer em condições como o aumento benigno da próstata ou em estenoses (apertos) da uretra.

A infeção urinária nos homens pode transmitir-se à próstata (prostatite), epidídimo (epididimite) e testículo (orquite/orquiepididimite), sendo que, nestes casos, o tratamento é mais prolongado que aquele preconizado para as infeções simples da bexiga (cistite).

Dado o maior comprimento da uretra, o homem pode também desenvolver infeções localizadas apenas à uretra (uretrites). A maior parte das vezes estas infeções são sexualmente transmissíveis, provocadas por microrganismos como Neiseria gonorrhoeae ou Clamydia trachomatis e cursam com corrimento (líquido a sair pelo pénis sem relação com urinar), dor e comichão (prurido). Nestes casos é importante tratar o próprio e o parceiro sexual simultaneamente (que pode até não demonstrar sintomas) e evitar as relações sexuais desprotegidas enquanto tiver a infeção.

Infeção urinária na criança

A infeção urinária infantil (infeção urinária em crianças) é uma das infeções bacterianas mais comuns nestas idades. A presença de infeções urinárias nesta fase precoce da vida pode ser uma manifestação de malformações do trato urinário ou de defeitos funcionais (bexiga neurogénica, refluxo vesico-ureteral,…) e devem ser estudadas cautelosamente.

No caso do bebé, como eles ainda não conseguem falar ou expressar o que sentem, temos de equacionar a possibilidade de uma infeção urinária na presença de febre sem causa aparente, dificuldade em se alimentar, perda de peso, mau estar geral, irritabilidade, urina com mau cheiro, etc.

Tal como nos adultos, as infeções são mais comuns em raparigas do que em rapazes. No entanto, curiosamente, nos primeiros meses de vida, são os rapazes a serem mais afetados por esta doença.

Sintomas da infeção urinária

Os sintomas mais comuns de uma infeção urinária são:

  1. Dor ao urinar;
  2. Sensação de peso na bexiga;
  3. Vontade frequente para urinar;
  4. Urinar em pouca quantidade;
  5. Urina muito escura e com cheiro forte;
  6. Febre baixa constante.

Mas os sinais e sintomas de infeção urinária variam consoante o órgão afetado.

Assim, nos casos mais comuns de infeções da bexiga (cistite) as queixas mais frequentes são dor, ardor ou desconforto ao urinar, necessidade de urinar muitas vezes e geralmente em pequenas quantidades, sensação imperiosa para urinar (urgência miccional) presença de urina turva (piúria) e/ou com mau cheiro. Ocasionalmente pode surgir sangue na urina, mais comum nas pessoas que fazem medicamentos para as plaquetas ou para a coagulação do sangue.

As infeções localizadas ao rim costumam ser mais graves e necessitar de tratamento mais prolongado. O doente com infeção do rim costuma apresentar febre, mau estar, náuseas ou vómitos e dor lombar (“dor ao fundo das costas”) do lado do rim afetado. Podem também estar presentes as mesmas queixas descritas para as infeções da bexiga.

As infeções da próstata são menos específicas: é comum surgirem queixas de febre, dor ou ardor a urinar, diminuição do jacto da urina ou mesmo incapacidade para urinar, dor na região entre o escroto e o ânus (dor perineal).

As infeções da uretra costumam causar ardor ao urinar (mais comum no início e ao final da micção) e podem provocar corrimento (escorrência) pela uretra, esbranquiçada, amarelada ou transparente.

A presença de mal-estar geral, dores musculares generalizadas, perda de apetite, náuseas e vómitos pressupõem a existência de uma infeção grave, disseminada pelo corpo e geralmente determinam a necessidade de internamento hospitalar para tratamento.

Os sintomas costumam durar entre 2 a 3 dias após iniciar o tratamento, sendo mais rápido para as cistites e mais lento para as prostatites e pielonefrites. No caso de febre persistente é necessário uma investigação mais pormenorizada, pois a terapêutica instituída poderá não estar a ser eficaz ou ser necessário outro tipo de tratamento.

Em alguns casos podem não existir sintomas, sendo assim chamadas de infeção urinária assintomática: estes casos são mais comuns nos doentes idosos ou em algaliados há longa data, e na maioria dos casos não necessitam de tratamento. As grávidas são um grupo de exceção, para o qual é recomendado tratar todas as infeções urinárias, mesmo que não originem sintomas.

Nos idosos a infeção urinária pode estar associada a confusão mental.

Diagnóstico

O diagnóstico de infeção urinária é feito através do exame de urina. Podem ser realizados outros exames, como urocultura e antibiograma para saber qual bactéria envolvida para decidir melhor antibiótico.

Tratamento

A infeção urinária, habitualmente, tem origem em bactérias e o tratamento baseia-se nos antibióticos.

Outros medicamentos que se associam frequentemente aos antibióticos são os anti-inflamatórios ou os analgésicos para aliviar a dor e desconforto.

Em relação a tratamento ou remédio caseiro o melhor complemento natural à medicação prescrita pelo médico é a ingestão abundante de água, contribuindo tanto para a cura como para a prevenção (profilaxia).

É importante o doente fazer a medicação da forma como foi prescrita, durante o tempo recomendado pelo médico, sob o risco de falhar o tratamento e a infeção se tornar crónica e mais difícil de debelar.

Não existem alimentos a evitar nas infeções urinárias pois estes não interferem na duração da infeção ou no tratamento. No entanto, alguns doentes referem que os alimentos ácidos, os picantes ou as bebidas gaseificadas podem agravar as queixas e como tal, para estes doentes, será preferível evitar este tipo de alimentos.
Na infeção urinária persistente ou recorrente é importante, além do tratamento agudo, determinar os fatores de risco presentes, corrigindo-os de modo a prevenir o reaparecimento da infeção.

A duração do tratamento vai variar com o tipo de infeção e com o tipo de antibiótico indicado: algumas infeções da bexiga ou da uretra (uretrites e cistite) necessitam apenas de uma dose única (fosfomicina) ou até 5 dias de antibiótico (amoxicilina), enquanto que nas infeções do rim ou da próstata pode ser necessário tomar os comprimidos durante duas ou mais semanas.

Nas infeções sexualmente transmitidas deverá ser sempre tratado o casal em conjunto e evitar relações sexuais desprotegidas enquanto não acabar o tratamento.

É previsível que a recuperação ou melhoria clinica surja nos primeiros dias após iniciar o tratamento e, se tal não acontecer, deverá ser reavaliado pelo seu médico.

O doente nunca deve, em caso algum, automedicar-se, devendo sempre realizar o tratamento de acordo com a prescrição médica.

Prevenção

A ingestão abundante de água revela-se ser uma mais-valia na prevenção e no tratamento das infeções urinárias. Alguns estudos apontam também para a utilidade do arando vermelho e de alguns chás, sendo que, nestes casos, a eficácia é mais controversa.

O tabaco (fumar ou mascar), uma alimentação à base de picantes, o café, as bebidas gaseificadas ou os alimentos ácidos podem, em alguns doentes, contribuir para as queixas, e nesses casos, devem ser evitadas.

Outras medidas recomendadas para a prevenção de infeções urinárias são:

  • utilizar sabões neutros para a higiene local;
  • limpar após urinar ou após a relação sexual – evita o acumulo de bactérias e deve ser realizada sempre da frente para trás;
  • utilizar roupa interior de algodão permite que a pele e as mucosas “respirem” e diminui a concentração local de microrganismos;
  • Manter a região da vulva sempre seca, evitando usar roupas muito apertadas e absorvente diário, a fim de diminuir a transpiração neste local e preferir os absorventes externos (pensos higiénicos) em detrimento dos internos (tampões).
  • Esvaziar completamente a bexiga sempre que urinar, para evitar a urina residual que aumenta as hipóteses de infeção urinária;
  • Beber mais água, ingerindo pelo menos 1,5L de líquidos claros por dia;
  • Não usar perfume ou creme com perfume na região da vagina porque isso pode irritar a pele e aumentar o risco de infeção urinária;

Uma boa fralda é essencial para evitar infeções urinárias em idosos devido à sua alta capacidade de absorção, prevenção de vazamentos, controle de odores e camada externa impermeável. Além disso, mantém a pele seca, reduzindo riscos de irritações e assaduras, garantindo conforto e bem-estar. Escolher fraldas de qualidade e trocá-las regularmente é crucial para proteger a saúde do idoso.

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