Incontinência urinária feminina

A incontinência urinária feminina caracteriza-se pela perda de urina de forma involuntária. A sua frequência aumenta com a idade, surgindo habitualmente em mulheres a partir dos 40 anos e sendo muito frequente em mulheres de idade avançada.

Esta condição, apesar de benigna, pode diminuir significativamente a qualidade de vida, a auto-estima e limitar significativamente as atividades do dia-a-dia, condicionando o bem estar geral e levando muitas vezes a síndromes depressivos.

A paciente vive com medo constante de ter perdas, de que estas sejam notadas pelos outros; receiam que as pessoas que a rodeiam sintam o cheiro da urina, evitando muitas vezes sair de casa ou até realizar as atividades mais básicas e simples do dia a dia, sabendo que estas podem desencadear perdas de urina.

A função da bexiga é armazenar a urina produzida continuamente pelos rins e que lhe chega através dos ureteres.

  • Quando a urina atinge um determinado volume, são ativadas vias nervosas que dão essa informação ao cérebro;
  • Quando consideramos que estamos em condições adequadas para urinar, são ativadas outras vias nervosas que provocam uma contração do músculo da bexiga e um relaxamento do anel muscular que existe à volta da uretra (esfíncter uretral), permitindo a saída de urina.

Assim, numa situação normal, não há perdas involuntárias de urina.

O mecanismo de armazenamento e expulsão voluntária da urina pela bexiga deve-se:

  • Ao facto de a bexiga ser um órgão oco e com uma parede distensível, que se vai adaptando ao volume de urina recebido;
  • Ao esfíncter uretral, que se mantem contraído;
  • Ao suporte que os músculos do pavimento pélvico dão à bexiga e uretra.

  

Sintomas da Incontinência Urinária Feminina

Os doentes que sofrem de incontinência urinária têm muitas vezes uma sensação súbita de bexiga cheia, uma vontade súbita de urinar e não conseguem reter a urina.

A incontinência pode ter várias causas:

  • No caso da incontinência urinária de esforço, há perdas involuntárias de urina quando se faz um esforço que aumenta a pressão intra-abdominal, como acontece com o rir, tossir, espirrar, correr, saltar, carregar peso, entre outros.

A causa da incontinência urinária de esforço pode dever-se a problemas dos tecidos de suporte do pavimento pélvico dando origem uma hipermobilidade da uretra e problemas do esfíncter uretral.

  • No caso da incontinência urinária de urgência, há uma sensação de urgência em urinar e incapacidade para impedir a saída de urina.

A causa pode ser um funcionamento deficiente do músculo da parede da bexiga.

Na incontinência urinária de urgência, as perdas de urina acontecem mesmo quando a bexiga tem um volume de urina pequeno e, por isso, a sensação de necessidade de urinar é muito mais frequente: durante o dia, mais de 7 vezes por dia; e durante a noite, mais de 1 vez por noite.

Muitas mulheres têm simultaneamente os dois tipos de incontinência urinária. Nestes casos, trata-se de uma incontinência urinária mista, com predominância do componente de esforço ou de urgência.

Fatores de risco da Incontinência Urinária

Os principais fatores de risco para as mulheres são:

  • Número de gravidezes e número de partos por via vaginal;
  • Obesidade, que potencia e perpetua a incontinência urinária;
  • Défice de estrogénios:
  • Alterações estruturais do pavimento pélvico ou da mucosa urogenital (alterações que se acentuam após a menopausa);
  • Diabetes;
  • Demência ou perda de capacidades cognitivas.

Diagnóstico da Incontinência Urinária Feminina

O diagnóstico é clínico e imediato, fornecido de forma célere e simples pelas pacientes. Em regra, a incontinência em si é bastante simples de avaliar e diagnosticar.

O aspeto mais importante para um bom diagnóstico, no entanto, prende-se com a correta caracterização da incontinência e da avaliação do tipo de incontinência urinária da doente.

Depois da realização da história clínica e de um cuidadoso exame objetivo (que inclui o exame ginecológico), que ajudam a esclarecer pormenores relevantes do foro urológico, obstétrico e ginecológico, são feitos alguns exames como uma urofluxometria, ecografias, análises ao sangue e urina, um estudo urodinâmico completo ou uma cistoscopia.

Estes exames ajudam a esclarecer se existem discrepâncias entre a sintomatologia e a observação clínica e a confirmar o tipo de incontinência específico da doente.

      

Tratamento da Incontinência Urinária Feminina

O tratamento escolhido depende do tipo de incontinência diagnosticado, sendo selecionado o mais adequado à doente específica.

Incontinência urinária de esforço

Este tipo de incontinência tem duas abordagens de tratamento possíveis:

  • Tratamento conservador, com alteração de hábitos de vida e exercícios Kegel para fortalecimento dos músculos do pavimento pélvico;
  • Cirurgia.

Incontinência urinária de urgência

Para a incontinência urinária de urgência existem várias abordagens:

  • Treino vesical e alteração de hábitos de vida;
  • Medicação para relaxar o músculo da bexiga;
  • Injeções intravesicais de toxina botulínica, que também proporcionam um relaxamento do músculo da bexiga;
  • Neuromodulação.

Em qualquer dos casos, a decisão sobre o tratamento a seguir é tomada em conjunto com o médico, com base na gravidade das queixas e nas particularidades de cada mulher. Os pensos Seni, as cuecas e outros produtos ajudam-na a lidar com as perdas de urina de forma discreta e eficaz, sentindo-se segura e confortável.

   

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