Como proteger os idosos do frio?

As temperaturas frias estão habitualmente associadas ao agravamento de doenças crónicas bem como podem proporcionar uma maior propensão a patologias agudas, especialmente do foro respiratório e cardíaco.

A população idosa  perde calor corporal de forma extremamente rápida e à medida que envelhecemos, este processo torna-se cada vez mais rápido. As mudanças que ocorrem no nosso corpo com o envelhecimento podem até dificultar a identificação da sensação de frio, o que pode ser um problema grave.

A hipotermia é caracterizada pela temperatura corporal inferior a 35ºC, que acontece quando o corpo perde mais calor do que pode gerar, sendo normalmente causada pela permanência prolongada em ambientes muito frios.

A diminuição da temperatura ocorre em três etapas:

  1. A temperatura cai entre 1 e 2ºC, causando arrepios e leve dormência nas mãos ou nos pés;
  2. A temperatura cai entre 2 e 4ºC, o que faz com que as extremidades comecem a ficar azuladas;
  3. A temperatura cai ainda mais, o que pode levar à perda dos sentidos e dificuldade para respirar.

Dessa forma, sempre que surgirem os primeiros sintomas da hipotermia é importante tentar aumentar a temperatura corporal, agasalhando-se e permanecendo num lugar aquecido, por exemplo, para evitar que a temperatura baixa cause efeitos graves no corpo.

 

 

Causas da hipotermia

A causa mais comum de hipotermia é ficar muito tempo num ambiente muito frio ou dentro de água gelada, no entanto, qualquer exposição prolongada ao frio pode resultar em hipotermia.

Algumas causas recorrentes incluem:

  • Desnutrição;
  • Doenças cardíacas;
  • Baixa atividade da tireoide;
  • Consumo excessivo de bebidas alcoólicas.

Além disso, existem alguns grupos de risco que apresentam maior facilidade em perder temperatura corporal, como crianças, idosos, pessoas que usam drogas ou álcool em excesso e até pessoas com problemas mentais que impeçam a correta avaliação das necessidades corporais.

Embora na maior parte dos casos a hipotermia possa ser revertida sem provocar danos graves para o corpo, quando o tratamento não é iniciado ou a causa não é retirada, a diminuição da temperatura pode continuar se agravando, colocando a vida em risco.

 

Sinais de hipotermia

Por vezes torna-se difícil dizer se uma pessoa está efetivamente a sofrer de hipotermia. É por isso muito relevante procurar pistas que o consigam confirmar. Perceber se casa está demasiado fria, se a pessoa está vestida de acordo com a estação mais fria do ano.

Os primeiros sinais de hipotermia são:

  • mãos e pés frios;
  • cara inchada;
  • palidez geral;
  • tremores (mas não em todos os casos);
  • falar arrastado ou mais lento que o normal;
  • sonolência;
  • sentimento de raiva ou confusão.

Sinais avançados:

  • movimentos lentos, dificuldades de locomoção, cambalear;
  • braços rígidos ou com espasmos, bem como nas pernas;
  • batimento cardíaco baixo;
  • respiração lenta;
  • desmaios ou perda de consciência.

 

Tratamento da hipotermia

O tratamento para hipotermia deve ser feito o mais rápido possível para evitar problemas que podem surgir, como AVC, ataque cardíaco ou até mesmo a paragem de órgãos e a morte.

É importante chamar uma ambulância e aquecer a vítima, seja colocando-a num local mais quente, retirando as roupas molhadas ou frias ou colocando cobertores e bolsas de água quente sobre elas.

Siga os seguintes passos:

  • Mova a pessoa com cuidado para um local mais quente.
  • Embrulhe a pessoa num cobertor quente, toalhas ou casacos. Até a sua temperatura corporal é uma ajuda.
  • Ofereça uma bebida quente à pessoa, mas evite álcool e a cafeína.
  • Não esfregue os braços ou as mãos da pessoa.
  • Não arrisque: não dê banho à pessoa em hipotermia.
  • Não utilize cobertores ou toalhas elétricas.
  • Ida às urgências e tratamento

Além disso, nos casos mais graves, o tratamento deve ser feito no hospital com orientação de um médico e utilizando técnicas mais específicas como retirar parte do sangue e aquecê-lo antes de voltar a colocar no corpo ou administrando soro aquecido diretamente na veia.

 

Como evitar a hipotermia

A melhor forma de evitar desenvolver uma hipotermia é agasalhando-se corretamente e evitando ficar muito tempo exposto a um ambiente frio, mesmo que dentro de água. Além disso, sempre que se tiver roupa molhada deve-se tirar as camadas molhadas, mantendo-se a pele o mais seca possível. Estes cuidados são especialmente nos bebés, crianças e idosos, que têm maior risco de perder calor.

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