A importância da comunicação no cuidar do idoso

Envelhecer implica para a maioria dos idosos perdas importantes, necessitando cada vez mais intervenções especializadas na área dos cuidados.

Mas para cuidar, é importante saber comunicar. Comunicar é um dos dons fundamentais do homem, pelo que vale a pena refletir se este é efetuado eficazmente com a pessoa idosa, de forma a enriquecer a qualidade dos cuidados que lhes são prestados.

Os cuidados a prestar à pessoa idosa, são os mesmos que a qualquer grupo etário. Cuidar dos idosos não é só “tomar conta”, é prestar cuidados e preocupar-se com eles. Dar conforto e apoio em momentos de ansiedade e solidão. Saber comunicar com eles e ajudá-los, identificando os problemas através de uma vigilância contínua mas com uma sensibilidade consciente do direito de privacidade de cada indivíduo.
No ato de cuidar há que favorecer a existência de um clima de saudável relacionamento, fazendo com que ele compreenda a necessidade de uma participação ativa, mas tendo sempre presente a preservação da sua auto estima.

Sugestões de exercícios ou atividades para os idosos são sempre uma busca para quem cuida dessa população. No entanto, além das dicas do que fazer com o idoso, precisamos de estar sempre atentos à forma de conduzir esse momento de estímulo ao corpo e à mente.

A comunicação pode ser a chave para a compreensão do que é pedido no exercício ou atividade. O cuidador precisa estar atento à forma de falar, à postura que adota e às palavras que usa. Lembrar de falar num tom de voz audível pode ser bastante importante, pois sabemos que muitos idosos pelo processo do envelhecimento podem apresentar dificuldades em ouvir.  

Importante  lembrar que uma boa postura pode significar estar no campo de visão do idoso, sentar-se à frente ou ao lado. Muitos cuidadores e profissionais colocam-se ao lado do idoso pelo tipo de mobiliário ou espaço em que a atividade acontece mas ficar à frente pode garantir uma melhor visão. Assim, é possível notar o comportamento do idoso durante a atividade ou exercício e conseguir conduzir melhor um momento de dúvida.

As palavras usadas também precisam de atenção. Precisamos adaptar a nossa linguagem ao que faz sentido para o idoso. Usar palavras que ele não conhece durante as orientações dadas sobre a atividade ou exercício pode interferir no desempenho.

Estando atento a esses detalhes da comunicação, o cuidador pode ter mais sucesso nos momentos da estimulação, bem como no quotidiano. E isso é válido para os momentos de conversa, para as atividades diárias ou instrumentais.

O cuidador deve ser ainda mais atencioso e compreensível, respeitando, interpretando e ouvindo as preferências do idoso.

Fatores a ter em atenção para que haja uma relação melhor com a pessoa idosa:

  • Chamá-lo sempre pelo nome;
  • Fale pausadamente e sem pressa;
  • Use frases curtas e tenha maior precisão nas palavras;
  • Quando for necessário repetir alguma palavra, substitua por algum termo mais simples;
  • Fale de frente para o idoso, olhando-o nos olhos;
  • Evite falar de costas para a pessoa cuidada. Faça com que ela consiga ver o seu rosto e possa fazer leitura labial para que a ajude na compreensão;
  • Dê preferência a locais iluminados e com pouco ruído;
  • A pessoa pode levar um tempo maior para compreender o que você disse, por isso, dê um intervalo maior entre as perguntas para que ela não se confunda;
  • Não interrompa, seja paciente com o raciocínio da pessoa e permita que ela o conclua;
  • Evite o tratamento infantilizado usando palavras no diminutivo como “bonitinho”, “pezinho”, “livrinho” ou até mesmo termos inapropriados como “vovô”. Chame-o sempre pelo nome;
  • Caso necessário, combine gestos para facilitar a compreensão, por exemplo: acenar com a cabeça dizendo sim ou não, piscar os olhos, gesticular com as mãos, entre outros;
  • Faça atividades que estimulem a fala da pessoa, converse e cante, por exemplo;
  • Sorria, olhe, escute e toque, o carinho é a principal forma de comunicação para ajudar na relação entre o cuidador e o idoso.
  • Lembre-se: Como já vimos, a fala não é o único modo de se comunicar, por isso, caso haja necessidade comunique de outras maneiras, faça placas ou cartazes com frases mais convencionais prontas, como “estou com fome”, “ quero me deitar”, “quero ir ao wc” entre outras, isso facilitará a sua compreensão e a sua relação com o idoso.

É sempre bom lembrar que o ambiente de trabalho pode ser bem mais agradável se a relação for de carinho e respeito mútuo. Seja um bom cuidador e sinta-se bem ao redor da pessoa de quem você está cuidando.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *